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Nada se leva...


 

  "Como entramos neste mundo, assim também saímos, isto é, sem nada. Apesar de todo o nosso trabalho, não podemos levar nada desta vida." (Eclesiastes 5:15)


  Ao longo da existência humana, muitos já se perguntaram sobre o motivo do seu nascimento, e qual o propósito que lhe fora designado aqui na Terra.

No decorrer do tempo vivido, buscando desenvolver esse propósito, as pessoas fazem o máximo que podem para que alguns objetivos sejam cumpridos, bens materiais sejam conquistados e memórias também sejam colecionadas.

Entretanto, como se sabe, a morte é algo que faz parte da trajetória do homem, e tudo que um dia foi conquistado, fica para trás quando a mesma leva consigo o fôlego de vida sem aviso prévio. 


Mediante isto, algumas situações podem ser trazidas para a reflexão. 


• Por que é viável para alguns usar todo o esforço diário dedicando-se somente ao trabalho, por exemplo, almejando sucesso e mais sucesso, quando nem ao menos para suas famílias destinam um tempo de qualidade?!


• Se aquilo que vai ser conseguido ficará para trás depois da morte, qual a razão de quererem sempre as aquisições mais valiosas, se de igual modo as mais simples proporcionam o mesmo? Ganância, talvez?!


• Enquanto houver o desgaste contínuo a fim de crescer cada vez mais, de receber cargos melhores, de comprar utensílios desnecessários, de estudar incessantemente, diversos momentos extremamente importantes e marcantes poderão ser perdidos. Isso é triste. E infelizmente, tem acontecido em grande escala.


  Por certo, não é proibido buscar desenvolvimento e crescimento nas áreas da vida, o problema ocorre, quando o limite considerado aceitável neste caso, é deixado de lado, fazendo com que o foco seja atribuído unicamente a isso, esquecendo de viver, de fato, e aproveitar o que realmente vale a pena.


  Steve Jobs, co-fundador da Apple e empresário norte-americano que revolucionou a indústria dos computadores e dos telemóveis, morreu bilionário aos 56 anos, mas antes de morrer disse: 


"À medida que envelhecemos, mais sábios ficamos, percebemos lentamente que ao usar um relógio de 5 mil euros ou de 30 euros - ambos marcarão a mesma hora. Quer uma carteira ou bolsa seja ela de 500 euros ou de 50 euros - a quantidade de dinheiro dentro dela é a mesma. A estrada e a distância são as mesmas, quer se conduza um carro de 150 mil euros ou um de 30 mil euros, e chegamos ao mesmo destino. [...] Se a casa em que vivemos é de 300 ou 3000 metros quadrados, a solidão é a mesma. Quer voe em primeira classe ou econômica, se o avião cair, tu cais com ele".


  As riquezas se tornam insignificantes diante da morte, pois elas não podem comprar a melhor de todas as preciosidades: a vida.


  Tendo em vista o assunto abordado,  aconselho-vos a adotarem uma postura diferente, caso as vossas estejam sendo ruins, e se não estão, que reflitam ainda assim, afinal, é interessante meditar em assuntos que elevem à sabedoria.


“Melhor é um jovem pobre e sábio, do que um rei idoso e tolo, que não mais aceita repreensão”. (Eclesiastes 4:13)

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