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A mulher com os peitos de fora

 


Você já deve tê-la visto em algum lugar. No rosto do papel moeda. Na estátua da liberdade. Numa pintura a óleo. Não importa – é certo que já se deparou alguma vez na vida com a mulher que mudou para sempre o curso da história humana, e, por conseguinte, a vida de cada um de nós.

Trata-se da emblemática Deusa da Razão, a famosa mulher seminua pintada por Eugène Delacroix em sua obra A liberdade guiando o povo. A imagem dessa mulher com os seios à mostra em posição de liderança para com seus guerreiros subordinados – todos movidos sob um afã de destrutiva euforia – tornou-se símbolo de conquista, de modernidade, do raiar de novos tempos, onde as luzes do saber e da razão passaram a dissipar a escuridão da ignorância conservadora e retrógrada que tanto prejudicava as liberdades individuais; pelo menos, é isso que a diz a grande massa. Não é o que penso, entretanto.

A mulher com os seios à mostra pode parecer quase encantadora a princípio, mas é, em todos os sentidos, o retrato mais cru e fidedigno de nossa miserável realidade moderna. Trata-se da caricatura de uma revolução que pretensamente traria consigo os lemas de igualdade, liberdade e fraternidade, mas que, na verdade, pregou a idiotice, a libertinagem e a promiscuidade. 

Ao declarar-se abertamente contra o Deus do Céu, a França, em nome de todos os ímpios, marcou com sangue a sorte dos cidadãos que se entregam ao caminho de sua própria mente; sorte esta, todavia, que já estava sobre os condenados desde o princípio do mundo, consumada apenas mais tarde. Pois mesmo com a demonstração mais clara do amor divino através de Cristo, dos rogos e apelos de misericórdia vindos dos Céus, o mundo que se dizia moderno deu as costas ao Altíssimo.

A Deusa da Razão então tomou o lugar do Deus da Terra. E assim o é até hoje. O que nos cerca é uma realidade pútrida, que ama o pecado e os que praticam iniquidade. Em nome do bem-comum, os atos mais vis diante do Céu são praticados e estimulados. 

Tudo tornou-se ainda mais baixo e dissimulado do que quando qualquer nação que outrora levantou-se contra Deus. O ateísmo impera, o homem prospera, os ímpios dominam o mundo, mostrando licenciosamente sua nudez em desafio ao Eterno, tal como a mulher que seguem. 

Contudo, há ainda aqueles, um pequeno restolho, que se nega a curvar-se diante desses seios fartos. Estes são e serão ainda mais perseguidos, linchados, rechaçados, postos à margem da sociedade, alcunhados de inimigos da humanidade, extremistas, radicais, fundamentalistas; todos aqueles que levantaram-se contra a bandeira negra de Satanás, pondo-se ao lado de Cristo, o Justo, sofrerão terríveis perseguições. Mas foi assim que Ele nos chamou: para que, se preciso for, demos nossa vida pelas verdades que professamos. 

Podem parecer duras, mas trazem paz e salvação. No final, contudo, só teremos dois caminhos diante de nós: seguir a imagem do Cordeiro ensanguentado e solitário, ou da mulher com os peitos de fora. Que cada um receba a paga por aquilo que escolherá seguir.


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