Durante a vida, aprendemos muitas coisas incorretas. Uma delas é o significado de algumas palavras que, se devidamente compreendidas, dariam um outro aspecto a alguns conceitos que temos de utilizar. A palavra radical, por exemplo: em seu significado semântico, cuja origem se remete ao latim arcaico radicitus, adjetiva literalmente “algo que possui raiz, origem e fundamento” (Dicionário Oxford). De fato, não é difícil compreender a correlação entre a palavra “radical” — em termos gramaticais e até matemáticos, diga-se de passagem — e o vocábulo “raiz”, relacionado exclusivamente à ciência botânica da anatomia vegetal. Radical é tudo aquilo possui um fundamento firme, sustentando a estrutura em questão para que não venha ocasionalmente a ruir.
Infelizmente, aprendemos em algum lugar que radicalismo seria uma palavra alternativa para fanatismo, extremismo e até mesmo terrorismo. Com a mudança das palavras, portanto, mudam-se os conceitos e até mesmo as ações; já faz um bom tempo que evitamos ser pessoas radicais, em ação e potência, para não corrermos o risco de sermos – ou parecermos – sujeitos irracionais. Nossa ignorância muitas vezes proporciona medidas bem-intencionadas, mas do mesmo modo incorretas em sua fundamentação.
O mundo cristão tem de ser radical. Compreendendo o real significado da palavra, entende-se que, noutros termos, o mundo cristão tem de ser inflexível, fundamentado, firme em suas convicções. Não é possível ser um cristão superficial – toda a verdade bíblica precisa ser levada cem por cento a sério e, quando devidamente compreendida, tomada por doutrina absoluta, universal e inquestionável.
O problema é que não queremos ser radicais. Os movimentos coletivistas, racionalistas e relativistas dos últimos três séculos encheram as escolas teológicas de reinterpretações cristãs, alcançando-nos com sucesso até os dias de hoje. Não somos verdadeiros crentes na Escritura como eram os que vieram antes de nós; por conseguinte, não transmitimos aos gentios a verdade genuína e com a força que ela requer para que cause atração. O mundo está cheio de religiões adaptáveis, moldáveis ao bel-prazer dos crédulos e incrédulos. Até mesmo Cristo se tornou portátil. Cada um é capaz de fabricar o seu próprio Salvador, tomando por base as crenças relativas que guiam seu códex ético e moral. Existem muitos Messias criados pelos “cristãos moderados” ou mesmo “equilibrados” deste tempo – muitos deles fabricados com o pretexto de atrair as pessoas do mundo em seus vícios, pecados e perversões.
No entanto, existe apenas um Cristo nas páginas da Bíblia. Da mesma forma, existe apenas uma Verdade que por Ele foi apresentada.
“EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (Jo. 14:6).
Existe algo mais radical do que isto?
A verdade é una e imutável. Jesus Cristo não pode ser moldado ao gosto popular. Os cristãos devem apresentá-Lo em Sua totalidade, não com uma das muitas opções de vida que este mundo proporciona às pessoas.
Antes disso, entretanto, precisamos ser radicais. É preciso viver e praticar com excelência aquilo que nos foi pedido pelo Pai – não para a salvação, mas para a prática da religião como ela se apresenta, oferecida por Cristo para o nosso próprio bem-estar.
Que utilizemos nosso exemplo para atrair aqueles que precisam conhecer o verdadeiro Evangelho. É preciso criar uma nova geração de cristãos praticantes, intensos e radicais.
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” (Ap. 3:15).
Amem 🙏🙏🙏
ResponderEliminar🙏🙏👼
ResponderEliminarExcelente texto, parabéns pela explanação, precisamos aprender mais o significado das palavras para não aplicar de forma incorreta, demonizando-as. Que Deus continue te inspirando, abraço.
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