Meu coração palpitava de uma forma sem igual. As lágrimas que insistiam em rolar era um demonstrativo do completo desespero que se encontrava meu emocional. Um único pensamento sondava a minha mente desde que fui levada à força para a ilha de Pandateria: qual seria o destino dos meus sete filhos? Sozinha, viúva, só me resta manter a confiança em meu Deus. São tempos difíceis, todos sabem. Mas eu acreditei que sairíamos ilesos até porque nas minhas veias correm sangue real. Tolice, Flávio Clemente, meu doce e adorável marido, foi condenado à morte. O mandante: meu tio, o Tito Flávio Domiciano.
Assim como alguns imperadores anteriores, Domiciano nutria um ódio mortal dos cristãos. Eu mesma, Flávia Domitila, organizei o funeral de muitos irmãos, que mesmo diante da face da morte não renunciaram as suas crenças. A recusa em adorar deuses romanos ou participar de rituais era o bastante para que fôssemos condenados. O mais impressionante é que mesmo diante a tantas represálias, mais cristãos surgiam a cada dia. Desde que eu conheci a Cristo, tudo mudou. Por mais abastados que fossemos, faltava algo, ou melhor, alguém. Quando tomei a decisão de me tornar cristã sabia das implicâncias de tal escolha, mesmo assim decidi arcar com todas elas.
Autoria: Talyta Brito
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