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Porteiros Celestes

Os olhares condenatórios e os cochichos começaram quando ele adentrou a igreja. Sentou-se em um dos bancos mais ao fundo no intuito de não se tornar o centro das atenções. Desde que seu pecado havia se tornado público houve uma relutância em ir ao templo por medo do julgamento dos irmãos. Mesmo tendo a consciência do perdão divino era preciso aprender a lidar com os fariseus modernos. Pecadores acusando pecadores, infelizmente é uma prática frequente dentro das nossas comunidades. 
Corremos o risco de cair nesse erro, por vezes nós sentimos como porteiros celestes, queremos decidir quem tem direito ou não de entrar no céu. Assumimos tal papel quando pronunciamos frases como: “ o caso daquele ali é sem solução”, “ Vejam só, disse que mudaria, mas, está fazendo as mesmas coisas” “ Ele (a) foi longe demais...” Paulo nos faz um alerta: “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! ” I Coríntios 10:12. O tempo que vem sendo gasto observando a vida alheia, deve ser usado para policiar as nossas próprias atitudes. 
 “ Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixar-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. ” Mateus 7: 3-5. As palavras do Mestre relembram a importância de uma auto – avaliação antes de sair apontando o dedo para o próximo. 

Nosso papel como cristãos é aproximar as pessoas de Cristo e não as afastar. Costumamos dizer que a porta que nos leva ao céu é estreita, requer renúncia. Então, devemos ter cuidado para não sermos empecilhos para as pessoas a nossa volta. A igreja deve ser um ambiente de acolhimento, no qual a membresía reconhecendo sua condição pecaminosa se une em busca de santificação. 
Autoria: Talyta Brito 

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